quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

PERDA DE TEMPO

Não foi só perda de tempo, mas sobretudo de uma grande oportunidade. Depois de duas semanas de muito trabalho, terminou a COP15 sem nada resolver. Em lugar de um acordo exequível, foi elaborada uma "Carta de Intenções" que nada acrescenta ao que já se tinha, ou seja, o Protocolo de Kioto. O grande problema desse protocolo é não contar com a assinatura dos EUA. A oportunidade de reunir uma tão grande quantidade de países, desde os mais pobres, aos mais ricos, talvez não se repita. Houve consenso em torno do clima, é imperioso conter o aumento da temperatura global. Mas sem metas
para definir como será feito o controle das emissões de CO2 e sem sanções a quem não colaborar, nada será feito. Há também o problema das nações muito pobres que nada podem fazer sem financiamento. A questão do dinheiro é sempre crucial e a mais difícil de ser aceita justamente por aqueles que podem pagar. O presidente dos EUA foi à Conferência, mas se retirou antes do final, esvaziando qualquer definição. Em 2010, na Alemanha, haverá nova reunião da ONU, mas tão somente uma reunião técnica anual de negociadores climáticos.

2 comentários:

  1. Alguém dizia que toda a unanimidade é burra.
    Realmente, quando a gente vê que o acordo mínimo costurado por EUA, Europa e o BASIC (Brasil, Africa do Sul, India e China) foi aceito por todo mundo fora Venezuela, Cuba, Nicarágua e Bolívia, o sentimento que fica é que é impossível conseguir um acordo bom pra todos.
    Engraçado que Bolivia e Venezuela são contra qualquer proposta de redução de emissão de carbono que tenha a ver com metas de redução de uso de combustiveis fósseis. Esses são os nossos grandes parceiros!

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  2. Humberto,
    é natural que a Bolívia e a Venezuela sejam contra a redução do uso de combustíveis fósseis, afinal eles dependem economicamente da venda de petróleo. Só que se todo o mundo for pensar apenas no que lhe convém agora, em algumas décadas não haverá mais um mundo para vivermos. Por sinal que o Brasil com o seu petróleo do pré-sal, também
    vai querer passe livre para a sua produção.
    Vamos ver na próxima reunião sobre o clima, quais as soluções possíveis.
    Beijos, Mamãe.

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