VENEZUELA SEM LUZ

É uma tristeza, o que está acontecendo ao nosso rico vizinho. As 24 províncias estão sofrendo com a falta de energia elétrica, sobretudo 8, que estão em situação de calamidade pública, com longos períodos de apagão. Lá, sempre houve grandes temporadas de seca, com as hidroelétricas com muito pouca água, porém sem a repercussão que se vê agora. Em 2007, Chávez achou que era fácil administrar as usinas elétricas e então as nacionalizou. É sempre assim, os presidentes pensam que gerenciar empresas é igual a governar países. Se esquecem de que se as empresas não derem lucro, elas não terão dinheiro para investir em manutenção e melhoramentos. Vão depender de verbas do governo, que sempre parecem excessivas para quem não entende do assunto. Sem lucros e sem verbas, elas vão perdendo, aos poucos, a sua capacidade de produzir. É singular que a Venezuela tenha uma das maiores reservas mundiais de petróleo e esteja com problemas de energia. Se há escassez de água por falta de chuvas, por que não apelam para as termo-elétricas, como fazemos aqui? Vê-se que o mais sério é a falta de iniciativa por lá. Sem dúvida, para esses casos, o melhor seria a iniciativa privada. Gritar, esbravejar que os mais ricos gastam energia demais, é um contrassenso, pois se avalia o progresso de um país, pela energia que consome. E o problema não é só este, porque a falta de energia elétrica leva à queda do abastecimento dágua. No momento é preciso apelar para um racionamento de energia, bem controlado. Isso ajuda por enquanto, mas é necessário pensar no futuro próximo, pois sem planejamento, não se consegue nada.

MEDO DE BOLHAS?

Bolhas, que bolhas? Ora, é claro que me refiro a bolhas financeiras. Por exemplo: essa supervalorização do real é uma bolha, pois não tem lastro econômico. Isso quer dizer que o real está forte só por conta de uma especulação e não porque o país esteja produzindo mais. Se o petróleo do pré-sal já estivesse jorrando, seria natural o real estar lá em cima. Aliás, foi pensando nisso, que o ministro Mantega colocou o IOF sobre o capital estrangeiro que investe na nossa Bolsa. Depois dessa bolha de investimento em imóveis, que estourou nos E.U.A. em 2008, contaminando o resto do mundo, as autoridades passaram a ter alergia a bolhas. Já antes, tinha havido um caso muito grave, mas incidindo só nos E.U.A., a bolha da Informática, quando as ações das empresas subiram demais, até estourar depois do ano 2000. As empresas tecnológicas, supervalorizadas, sem conseguir obter o lucro equivalente ao seu valor virtual, começaram a ver suas ações na Bolsa despencarem, fazendo desaparecer alguns trilhões de dólares. Felizmente nossas autoridades monetárias estão atentas e não ficaram deslumbradas com a situação atual do real. Mas qué é uma sensação muito boa, termos agora que cuidar para o real não ficar forte demais, sem dúvida é.

INACREDITÁVEL!!!

Se algum desses gurus econômicos tivesse afirmado pelos idos de 1960 que o Brasil, menos de 50 anos depois estaria envolvido com o problema de supervalorização de sua moeda, teria sido tachado de louco, ignorante e incompetente. Vocês já pensaram na cara que faria Eugênio Gudin, se visse o que está acontecendo agora? Mesmo há dois anos atrás, ninguém soube prever o que temos hoje. É verdade que se não tivéssemos o real que nos permitiu ter uma inflação controlada abaixo dos dois dígitos, nada disso seria possível. Com a tranquilidade de uma moeda estável, a modernização da cultura agrícola e o aumento da capacidade da Petrobrás em nos suprir de petróleo, chegamos ao momento atual. Embora seja algo notável, essa supervalorização, ela não é tão bem-vinda como seria de supor, pois leva a uma diminuição da exportação nacional, enquanto favorece a importação. Ora, a importação desordenada, só pode trazer dificuldades para a indústria e comércio internos. Devido a isso, o Ministro da Fazenda determinou uma taxação dos capitais externos que forem aplicados na Bolsa. Esse Imposto sobre Operações Financeiras, o IOF, não terá muita força quanto ao objetivo citado acima, mas, sem dúvida trará um bom aporte de dinheiro ao Tesouro. Aporte esse, muito bem-vindo, já que poderá ajudar a maquiar o déficit causado pelo grande aumento das despesas do Governo. Segundo andei lendo, o que poderia ajudar a estabilizar a moeda, seria a tributação sobre rendimentos financeiros do capital externo aplicado no mercado financeiro, ou o aumento da alíquota de Imposto de Renda sobre os rendimentos obtidos aqui e enviados ao exterior. Na verdade, esse assunto é muito complexo e creio que cada grupo de economistas prefira uma solução própria. Como isso é uma "briga para cachorros grandes", vou "botar a minha touca" e esperar pelas soluções.

SERÁ QUE VAI DAR?...

Será que vai dar resultado essa CPI do MST? É engraçado falar por meio de siglas, mas algumas são tão conhecidas que já são auto-explicativas. A oposição, a duras penas, conseguiu instalar essa CPI, mas a ala governista não pretende "deixar barato" e já disse que vai passar como um trator, por cima dos opositores, exatamente como um dos "companheiros" fez sobre as laranjeiras da Cutrale. Acontece que os cargos mais importantes de uma comissão dessas, pertencem sempre aos partidos majoritários, que no caso são o PT e o PMDB. Daí se vê que eles terão a "faca e o queijo nas mãos", ficando para os outros somente o suporte da Justiça, já que o caso atual é mais um caso policial do que político. A Imprensa é o grande advogado de acusação, pois documentou os fatos que provocaram a CPI e continua a ajudar, revendo seus arquivos com certos acontecimentos que o MST gostaria de que fossem esquecidos. O presidente Lula tem razão, a Imprensa deveria ser proibida de sair por aí fazendo fotos, videos e reportagens que não agradem ao Governo. Com essa liberdade para investigar, se documentar e publicar os achados à população, a Imprensa se torna um verdadeiro perigo para... não sei quem. O que é realmente interessante observar, é que o MST ainda pensa como em meados do século XX, esquecendo que já estamos no século XXI. No século passado , o problema da Reforma Agrária era uma realidade, porque a população da área rural era de mais de 65% do total e na época, a agricultura familiar era considerada o melhor meio de produzir. Acontece que tudo foi mudando ao longo do tempo e agora só temos uns 18% de população rural e não ter a posse da terra deixou de ser o principal fator de pobreza no campo. Com as dificuldades sem solução por mais de 50 anos, houve um verdadeiro êxodo da população rural, em direção às cidades e isso não é fácil de ser revertido. Também o sistema de cultivo mudou, pois sem financiamento para obter os insumos e a aparelhagem necessária para a agricultura moderna, de nada adianta o lavrador ter a posse da terra. Ele terminará por alienar o que possuir, abandonando o campo. Tanto é verdade, que os militantes do MST, esses que participam das invasões, são, em grande maioria, desempregados, vindos das cidades. O MST está fora de época, quanto ao seu propalado objetivo de fixar o homem no campo, porém pode estar "up to date" se seu objetivo for trazer inquietação ao campo e causar grandes perdas ao agro-negócio.

O ÓBVIO

Estamos em um momento político que nos lembra a cada instante o genial dramaturgo Nelson Rodrigues. Foi ele o criador do "óbvio ululante". Ele dizia que o indivíduo comum, para não dizer o povo, não conseguia enxergar o óbvio. Atualmente vemos os políticos, em especial, nosso presidente, fazendo coisas absurdas que ninguém leva em consideração, como se não existissem. É o caso da propaganda antecipada da candidatura da sucessora de Lula. Todo mundo vê, mas faz que não vê, a oposição mal se mexe e o interessado diz que quem afirma que há campanha do governo para a próxima eleição, está vendo "chifre em cabeça de cavalo". Somente nos últimos dias, devido aos comícios durante tres dias, no nordeste, com o pretexto da vistoria das obras no rio São Francisco, o presidente do Supremo Tribunal Federal sugeriu que estaria havendo um abuso de autoridade. A oposição também se mexeu e está acionando o PT na Justiça Eleitoral. Parece que esse óbvio enfim está ululante o suficiente, para ser combatido. Com esse momento político, se Nelson estivesse aqui, iria "deitar e rolar".

O RIO SÃO FRANCISCO

A semana que passou foi dedicada pela mídia, à transposição do rio São Francisco. Este é um projeto antigo, sempre adiado, porque tem fortes repercussões no meio-ambiente. O presidente colocou debaixo do braço a candidata a ser sua sucessora no poder e foi com uma enorme comitiva fazer festa no agreste. Até parecia que se tratava da inauguração das obras, mas que nada, foi só uma inspeção das obras recém-iniciadas, mais um pretexto para fazer propaganda do governo atual e da sua candidata. Não deu para ver muita coisa, só que onde estão trabalhando, houve uma grande melhoria da economia, com a criação de muitos empregos e oportunidades. Dom Cappio, aquele bispo que chegou a fazer jejum em manifesto contrário à obra, foi afastado por seus superiores e assim, a festa não teve nenhum senão. Cheguei a pensar que o bispo estava completamente errado no seu julgamento, pois ele dizia ser a obra capaz de prejudicar mais do que trazer qualquer benefício. Porém depois de ler outras ponderações, percebi que ele tem um bocado de razão, pois atualmente o pior problema do rio é a sua degradação. O rio precisa antes, durante ou depois da obra de transposição, de uma revitalização. É preciso recompor as matas junto às cabeceiras e tanto quanto possível, ao longo de suas margens. É necessário identificar os focos de esgoto e desviá-los para que seja feito o tratamento do material carreado, antes de chegar ao rio. É necessário construir redes de abastecimento dágua, em todas as cidades ribeirinhas. Não é justo que cidades inteiras fiquem sem água, quando vivem às margens do rio. O bispo acusa o governo de ser elitista e de estar desviando a água para os polos de agro-negócio já existentes ou que estão projetados. Ele não está errado, porque essa é a mola propulsora, mas nada impede que se possa melhorar a situação de toda a população da região. Apesar dessas objeções, há na transposição muitos pontos a seu favor, porque se trata de uma região muito grande, para depender só de açudes. A verdade é que essa é uma região pobre, que só consegue produzir culturas de subsistência e a causa disso é a escassez de água. Para gerar riquezas, não podemos pensar só em petróleo, acredito que o verdadeiro ouro líquido é a água, sem a qual não há vida.

FERNANDA 80 ANOS

Ontem, dia 16, foi o aniversário de Fernanda Montenegro e quem ganhou o presente fomos nós, pois o jornal O Globo lhe dedicou todo o segundo caderno da edição de
sexta-feira. A grande Dama do Teatro nacional completou 80 anos e se encontra em excelente forma física e intelectual. Na sua vida plena de realizações, percebe-se o interesse pelo seu país, o amor pela família e a paixão pelo teatro. Ela é dessas atrizes completas, que brilham no teatro, na televisão e no cinema. No jornal ela teve a liberdade de influir na diagramação, escolher os textos principais e de fazer uma bela entrevista com outra grande Dama, Nathalia Thimberg que completou também 80 anos, só que um pouco antes. Nessa entrevista elas relembram seus primeiros passos em São Paulo pelos anos 40 e depois a vinda para o Rio, em 1956, quando participaram do Grande Teatro da TV Tupi, organizado e dirigido por Sérgio Britto. Para nossa alegria, aqui se radicaram, apresentando-se em grandes textos de autores famosos, brilhando tanto no teatro, quanto na TV. O jornal teve a sabedoria de reservar uma página para um resumo biográfico de Fernanda, que por sinal, foi escrito por seu filho, o cineasta Cláudio Torres. Foi realmente um grande presente.
O leitor agradece.

LULA X VALE

Essa quase guerra entre o Governo e a Cia Vale do Rio Doce está começando a inquietar os cidadãos conscientes. A nossa segunda Cia. em poder econômico, do país, está sendo prejudicada pela interferência do governo em seu gerenciamento. É sempre assim, não só em nossa terra, políticos que pensam que sabem comandar as contas do país, cujos déficits são resolvidos com novos impostos e taxas, querem ensinar executivos de grande sucesso a administrar suas empresas. O presidente aproveita o momento em que a Vale se recupera do abalo econômico em novembro de 2008, quando a China, seu melhor cliente, diminuiu drasticamente suas importações de minério, para
desestabilizar o atual presidente da Empresa. A desculpa é que a Vale demitiu 4000
empregados, sem avisar ao Governo; está comprando navios da China e quer desistir de instalar o polo siderúrgico de Marabá, no estado do Pará. A verdade é que Lula voltou os olhos para a empresa privada mais importante do país e quer controlá-la, mesmo que isso venha a representar a decadência da Empresa. O problema do Governo é ideológico, pois sonha com um socialismo em que todos os bens de produção serão controlados por ele.

FGTS

Nosso governo não tem jeito, mesmo. Gosta de inventar Fundos em benefício de fulanos e beltranos, mas quando o dinheiro, bem aplicado, se multiplica, ele se apropria da maior parte, para financiar a dívida pública. É o que acontece com o FGTS, que foi criado para amparar o trabalhador quando perde o emprego ou quer comprar casa. O trabalhador é descontado do seu salário para formar um capital, que dificilmente pode utilizar, antes da aposentadoria. Como o Fundo é aplicado seguindo as leis do mercado, o Fundo é rico, mas o trabalhador permanece pobre. A sua cota tem remuneração fixa de 3% ao ano e é corrigida anualmente pela TR, desde 1991. No entanto, neste mes de setembro o valor da TR foi zerado pelo Banco Central e já se sabe que em outubro será a mesma coisa. A pergunta que não quer calar, é: por que a cota não é corrigida pelo IPCA que é o índice oficial de inflação? E também, por que o cotista não pode aplicar seu dinheiro de maneira mais rentável, em ações ou papéis bancários? Enquanto isso, o grosso do dinheiro aplicado pelo Fundo é usado pelo Governo, para seus projetos sociais ou para melhorar o caixa. Não admira que Lula queira vetar a proposta já aprovada pela Câmara dos Deputados e que vai para o Senado hoje, de aumentar de 10% para 30% do saldo da conta do FGTS que o trabalhador pode aplicar em projetos de infraestrutura com melhor remuneração. O mais interessante é que o atual presidente pertence ao Partido dos Trabalhadores.

FESTA DOS 50 ANOS

Ontem foi a festa de encerramento da comemoração do jubileu de ouro da turma de 1959 da Faculdade Nacional de Medicina. Os festejos duraram três dias e vieram muitos colegas de várias partes do país. O coquetel de abertura foi alegre e emocionante, pois a Comissão de festas conseguiu trazer o antigo Prof. de Histologia, Dr. Doyle Maia, que, saudado com muita emoção, resolveu falar algumas palavras aos antigos alunos. Foi um momento mágico, parecia que tínhamos voltado aos bancos da Faculdade. O Prof. com sua experiência de 89 anos de idade nos encantou com seu humor e sabedoria. O segundo dia foi dedicado a um passeio com churrasco em uma fazenda perto de Volta Redonda. O último dia, por ser a festa do encerramento, contou com uma oração de D. Sirley Louro, viúva de um colega muito querido e dotada de uma sensibilidade que só os poetas apresentam. Antes dessa oração, tivemos uma apresentação bem-humorada do colega Guaracy e depois, o orador da turma de 1959, Wilson Calil, fez o discurso final, relembrando a emoção vivida há tantos anos. O jantar seguido de músicas para dançar,foi excelente. Os colegas todos procuravam falar entre si, relembrando tudo de bom que havia ocorrido no passado e o que tinham alcançado até ao presente. Uma noite de alegria e confraternização plena. Fiquei muito feliz por ter podido participar dessa festa que vai ficar como um marco importante nas nossas vidas.
Acima, algumas fotos: A 1ª foto mostra as Dras. Júlia e Arthemis. 2ª foto: Dra. Arthemis e colegas admirando o bolo comemorativo. 3ª foto: o lindo bolo com o desenho da antiga Faculdade da Praia Vermelha. 4ª foto: em pé, as Dras. Júlia, Arthemis e Isar, tendo à frente, sentada, a Dra. Jelda.

COLLOR FEZ ESCOLA

Lá vem novo confisco do nosso suado dinheirinho. Depois de desautorizar o presidente do Banco Central, que advertia o Governo sobre a necessidade de moderar os gastos da máquina, o Ministro da Fazenda resolve explicar que devido à arrecadação baixa, a restituição do Imposto de Renda será adiada. Parece que só ele não tinha percebido a curva em descida na arrecadação do país. Estamos num Reino Encantado, em que as autoridades não vêem, não sabem e também não fazem nada para resolver os problemas naturais num país do tamanho do nosso. O caixa está baixo? Não há problema, é só ficar com o dinheiro da classe média, que já está depositado no Tesouro. No ano que vem ou depois, será paga a restituição a que cada contribuinte tiver direito.

CONFLITO NO CAMPO

De novo, o MST invade terras produtivas e deixa um rastro de destruição ao sair. Desta vez, na Fazenda Santo Henrique, que pertence à Cutrale, grande companhia exportadora de suco de laranja, a Mídia teve acesso ao local e fez fotos e vídeos impressionantes, evidenciando o vandalismo. Nota-se claramente a certeza de impunidade dos chefes desse pseudo-movimento social. As invasões não têm o objetivo de assentar pobres lavradores, pois assim que entram, vão destruindo tudo o que podem, para sair em dois ou três meses, por força de ordem judicial. O pior de tudo é que o próprio governo financia substancialmente essa entidade que nem ao menos tem existência legal.É muito triste ver o nosso campo tumultuado como está. E o problema maior, é que nossa economia se apóia sobretudo na produção agrícola.

O LIVRO DIGITAL

Tãtarãrã!!! Amigos, chegou o Kindle, o leitor digital que pode vir a substituir os livros de papel. Ele chega ao Brasil no próximo dia 19 e deverá custar em torno de
R$1000,00. Confesso que quando ouvi falar nele, há alguns meses, achei que seria difícil que os usuários de livros passassem a usá-lo. Mas agora que ele parece tão fácil de manusear, pois é pequeno e portátil, já penso que valeria a pena ter um.
A grande vantagem do Kindle é que ele pode armazenar até 1500 publicações, como livros, jornais e revistas. Além de pagar por ele, será necessário pagar uma taxa
por cada publicação que se quiser armazenar no aparelho. De qualquer maneira, o preço a ser pago por qualquer ítem, deverá ser bem inferior ao processo normal com
papel impresso. Isso é apenas o começo, em pouco tempo, esse aparelhinho deverá estar mais barato e com capacidade maior. Estamos caminhando cada vez mais firme, nas trilhas digitais.

2016 - OLIMPÍADAS

O Brasil está em festa e o Rio de Janeiro, delirante. Após "um longo e tenebroso inverno", eis que o Brasil, "de patinho feio está se tornando um cisne". Ou seja,
já está sendo visto lá fora, como um país sério e progressista. Já era de se esperar uma nova imagem do Brasil, que nesta última crise monetária mundial, conseguiu superar os problemas com mais facilidade que as grandes nações. Temos que admitir que o nosso presidente é uma imagem internacional, pois conseguiu impor ao mundo, sua personalidade singular, conquistando o respeito dos demais países. Agora vamos pensar no trabalho que temos à frente, sete anos passam depressa e nossas falhas são gritantes. Temos que fazer no metrô, o que não fizemos nos últimos trinta anos e organizar um bom esquema de transportes no Rio. Temos que duplicar as vagas nos Hotéis de três estrelas para cima. Precisamos construir novas instalações esportivas e reformar as já existentes. É preciso despoluir a baía de Guanabara e as lagoas da Barra, para evitar o máu cheiro e o aspecto sujo das águas. E muitas outras coisas mais, para poder receber os atletas e a quantidade de turistas que virão junto. Uma vez que vai haver tempo e dinheiro, é bom os dois próximos governos aproveitarem para tratar com carinho da Educação e aparelhar a Saúde, esta não só para poder atender os atletas e os turistas, como todo o povo desta bela cidade.

VAZAMENTO DO ENEM

È lamentável este episódio do ENEM. O Ministro da Educação, em vez de implantar o novo método de ingresso nas Universidades em dois ou três anos, optou por esvaziar já o método dos vestibulares e colocar o ENEM como índice da capacidade dos alunos. Ele conseguiu persuadir umas 23 entidades diferentes pelo país a participar e a prova tomou uma magnitude inesperada. Acontece que qualquer evento demanda gastos, que no caso vão a milhões de reais. Para economizar, o que se faz? Geralmente se diminui a segurança, que é um ítem aparentemente inócuo e por sinal, sempre bastante dispendioso. Isso acontece até aos particulares, que gastam muito em uma festa e relegam a segurança a alguns trocados. Ora, estamos no país dos vazamentos e das fraudes, logo, aconteceu o que já era de se esperar. No meio disso, até tivemos sorte, já que a fraude foi descoberta antes do dia D. É uma pena que os alunos tenham que esperar mais 45 dias pela prova e isso obrigue as Universidades a rever sua programação de provas complementares, de matrículas e de início do ano letivo.

ESTRANHAMENTO

Diz o jornal que o Ministro da Fazenda e o Presidente do Banco Central estão se estranhando. Ora, o primeiro é sonhador e o segundo é realista, portanto nada mais natural do que isso. O presidente do Banco Central alerta o governo do país, que o aumento descontrolado das contas governamentais deverá levar o país a um aumento dos juros ainda no próximo ano, elevando a meta da inflação. Vamos rezar para que o bom senso de Meirelles prevaleça, pois quem gasta mais do que tem, a pedir vem.

DEBATE NA CÂMARA

Amigos, ontem à noite, zapeando na TV, tive a grata surpresa de encontrar um debate de alto nível na Câmara de Deputados. Na verdade, tratava-se de uma Audiência Pública da Comissão de Justiça e de Cidadania. A bancada de juristas e psicólogos era presidida pela deputada gaúcha Sra. Maria do Rosário e tinha por finalidade, examinar o projeto de lei do deputado Régis de Oliveira, sobre a Alienação Parental. Este belo título se traduz por: Afastamento de um dos cônjuges, imposto pelo outro, no caso de dissolução do vínculo conjugal. Esse afastamento é em relação aos filhos e geralmente compreende um dos genitores e sua parentela. Ora, isso lesa também os direitos dos filhos, ou seja de crianças e adolescentes, que se vêem privados do convívio de um dos genitores. Eu imaginava, como por certo a maioria das pessoas, que a lei da Guarda Compartilhada já teria resolvido todos os problemas decorrentes da dissolução conjugal. Mas pelo que vi no debate, é importante essa nova lei, para complementar a lei maior, evitando dúvidas ou má interpretação de texto e criando as sanções correspondentes. Fiquei muito bem impressionada com a qualidade dos membros da mesa e do conhecimento do assunto exibido por eles. O único senão foi o ataque intempestivo de uma jurista à explanação de uma psicóloga. Fiquei muito feliz de ter tido a oportunidade de ver um belo trabalho em progresso e sobretudo por se tratar de um trabalho da Câmara de Deputados, em prol do aprimoramento das leis de Direito Civil relativas à Família.