domingo, 8 de janeiro de 2012
LAZER
Com o uso das máquinas digitais, as pessoas têm menos tempo para ficar sem fazer nada, ou mesmo, como se dizia antes, "fazer castelos no ar". Parece tolice, mas é preciso tempo ocioso para que se crie uma música, um texto literário, um poema ou mesmo, um programa administrativo. Já existe um programa que bloqueia o computador por 8 horas, para obrigar o usuário a descansar. Há outros programas que congelam o computador de tanto em tanto tempo, para permitir um pequeno intervalo. Na Alemanha, a Volkswagen já permite que seus funcionários que possuem Blackberry corporativo, desliguem seus aparelhos 30 minutos depois do expediente e só voltem a atender chamadas, 30 minutos antes de retomar o trabalho, no dia seguinte. Isso lhes dá uma noite livre para relaxar. Há jovens que passam quase metade do dia ligados a celulares ou computadores, sem tempo para uma vida normal. O uso exagerado das máquinas pode acostumar nossos cérebros a não fazer cálculos, a não forçar a memória para lembrar o que deviam saber. É preciso tempo livre para voltar a criar, a ter novas idéias. Também a vida social torna-se pobre, com os contatos virtuais com os amigos. A amizade não prescinde do contacto físico. Temos que pensar nisso, como nos explica Dorrit Harazim em seu belo artigo de hoje.
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