segunda-feira, 24 de maio de 2010

AS FILAS DO SUS

Nada me entristece mais do que ver as reportagens sobre as filas que enfrentam os usuários do SUS. O pior de tudo é quando uma pessoa precisa de uma cirurgia eletiva, ou seja, a que não é de urgência. Se vejo um paciente com traumatismo de coluna esperar três anos para se operar, tenho calafrios. Os fraturados, os que apresentam tumores, os que precisam de correções valvulares ou anatômicas, têm que esperar anos a fio, às vezes sofrendo dores terríveis. Não compreendo como esses pacientes e suas famílias continuam a votar nos governantes que permitem essa calamidade. A justificativa mais comum é que há falta de médicos, por exemplo: sem anestesistas é impossível operar alguém. Também se fala da falta de verbas, mas na verdade, as verbas destinadas à Saúde, que já são insuficientes, não são inteiramente utilizadas. Falta uma conscientização de que além de boas instalações, é necessário ter aparelhagem e um corpo de profissionais da Saúde suficiente para a demanda. Quando digo profissionais da Saúde, estou me referindo a médicos, paramédicos, enfermeiros, técnicos e serventes. Ter bons profissionais só é possível, pagando o que merecem. Isso de construir novos hospitais, é bobagem, vale mais recuperar os já existentes e dotá-los de aparelhagem moderna e de profissionais de Saúde que possam atender a uma determinada quantidade de pacientes. É necessário planejamento, verba compatível e vontade para executar. Saúde é algo tão básico, que não podemos permitir que siga relegada a segundo plano.

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