domingo, 27 de setembro de 2009
O CASO HONDURAS
Meus amigos, que confusão está acontecendo em Honduras. Até anteontem pensava que se tratava de um golpe militar, mas lendo vários artigos, entre eles, na sexta-feira, o de Francisco Weffort, vi que não é nada disso. O Presidente Zelaya gostou tanto do poder, que resolveu fazer um plebiscito para montar uma constituinte com a finalidade de permitir a reeleição para a presidência da República. Acontece que Honduras já sofreu com ditadores e assim, a sua última constituição impõe a destituição do funcionário, seja qual for seu nível, que trabalhe no sentido de alterar a cláusula pétrea que determina a impossibilidade de reeleição para a presidência do país. Essa destituição deverá ser imediata, sendo votada pelo Congresso Nacional. Foi isso o que ocorreu lá, tendo sido deposto o Presidente Zelaya e indicado para substituí-lo, o Presidente do Congresso, Sr. Micheletti. Como se vê, tudo dentro da legalidade. O único êrro do novo Presidente, foi expulsar Zelaya do país, mandando-o para a Nicarágua. Lá, foi buscá-lo um avião venezuelano enviado por Chávez, para levá-lo via El Salvador, de volta para a capital de Honduras, indo direto para a Embaixada do Brasil. Aí foi acolhido com sua comitiva de quase setenta pessoas, sem ter sido feito pedido oficial de asilo. Isso foi contado pelo próprio Presidente Chávez, que atropelou o nosso chanceler e obrigou a mudar a logística na Embaixada. Aliás, é estranho que Zelaya tenha resolvido voltar, quando já estava a salvo, fora de Honduras. O resultado de toda essa confusão, é que a Embaixada do Brasil está cercada pelas forças hondurenhas, ao mesmo tempo que é acusada de ingerência num estado soberano. E o que é mais estranho: essa peripécia foi idealizada, financiada e executada pelo venezuelano Chávez, que sabiamente não abrigou Zelaya na sua Embaixada. O Brasil foi se queixar à ONU e não foi levado a sério. Esse é mais um capítulo controvertido protagonizado pelo Itamaraty.
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