sexta-feira, 9 de abril de 2010
E AS ÁGUAS CHEGARAM...
Depois de assolar o Sul do país, enlouquecendo os paulistas, as chuvas de outono chegaram ao Rio de Janeiro. A cidade do Rio até agora só teve 36 horas de chuva forte, mas mesmo assim sofreu enchentes em vários locais, transtornando a vida dos cidadãos, além de deslizamentos de encostas com o soterramento de casas e ruas. Foi uma tragédia, que por sinal já era prevista, visto que se repete pelo menos de dois em dois anos. O Serviço Meteorológico avisou alguns dias antes que se aproximava uma frente fria que deveria provocar fortes chuvas. Como não só o povo, como as autoridades são cariocas, não foi tomada nenhuma providência, nem mesmo de avisar o célebre Cacique Cobra Coral. Sabemos que a topografia do Rio, com a cidade espremida entre o mar e a montanha, além de bela é perigosa. Nossas encostas são muito íngremes, facilitando a erosão do solo, o que conjugado à ausência de um plano de urbanização que leve em consideração o escoamento das águas e melhor fixação do solo por meio de vegetação natural ou por replantio, só pode contribuir ainda mais para esses desastres naturais. Outro grande problema é o fato de, embora proibido, não ser contida a construção de casas em áreas de risco. É claro que para os políticos, é melhor favorecer algumas centenas de invasores de encostas, que podem lhes dar seus votos, do que apoiar as medidas saneadoras da Prefeitura. É uma pena ver a tragédia se abatendo sobre famílias que pensavam ter encontrado seu refúgio. É preciso fazer o que é necessário, diminuindo os impactos do clima, já que não é possível alterar o perfil geológico da cidade.
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