domingo, 8 de novembro de 2009
POMO DE DISCÓRDIA
A semana que passou foi muito animada pelo artigo do ex-presidente Fernando Henrique, criticando a orientação política do governo atual. A oposição "deitou e rolou", enquanto os aliados governistas reagiram como se lhes tivessem "tocado um nervo exposto". O artigo dizia que está se configurando um "subperonismo lulista" que pode levar a um regime autoritário no futuro próximo. O termo subperonismo vem do fato de o governo se apoiar em uma burocracia sindical e na força dos fundos de pensão. É notório o fato de o presidente Lula não ter muita tolerância às críticas e de se sentir perseguido pela Imprensa. Ao mesmo tempo que se queixa de ser tolhido em suas iniciativas, pelos órgãos de fiscalização do seu próprio governo. Nos últimos meses, os jornais já vinham se queixando da apatia da oposição, de modo que este artigo foi como uma rajada de vento para avivar o diálogo político. Os governistas se defenderam, acusando Fernando Henrique de estar invejoso da maxipopularidade de Lula. Já a oposição aponta para as brigas de Lula com a Imprensa e sua ingerência nos negócios privados, como o caso da OI e da Vale. Além disso, resolveu criar uma nova estatal, a Pré-Sal, para tirar da Petrobrás não só as decisões maiores, como aumentar a fatia de subsídios devida ao governo. A verdade é que o presidente Lula parece encaminhar o país na direção de um Estado populista e patrimonialista, em que o líder impõe sua vontade aos arrepios da lei e desprezo às críticas. Isso é o que faz o líder da Venezuela.
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